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No Estadão, ATPS discute importância de carreiras transversais para a inovação no serviço público

Em coluna publicada nesta terça-feira (20/06) no blog “Gestão, Política & Sociedade”, do Estadão, a ATPS Ariana Frances discute a importância de carreiras transversais – como é a de Analista Técnico de Políticas Sociais (ATPS) – para a inovação no serviço público. O texto tem coautoria da professora da FGV Gabriela Lotta.

Para as autoras, o debate sobre inovação não deve se restringir a questões de tecnologia e de digitalização: afinal, ainda que a melhoria dos serviços possa ser buscada por meio da inovação tecnológica, parte expressiva dessa melhoria ainda depende do trabalho de pessoas: “Isso porque, apesar das diversas transformações provocadas pelas evoluções tecnológicas, são ainda as pessoas que dão vida e materialidade às ações do Estado. São homens e mulheres – trabalhadores do serviço público – que desenham, implementam, monitoram e avaliam as políticas. Se queremos melhorar os serviços, devemos apostar nessas pessoas”, defendem.

A respeito da abertura de mais de 4 mil vagas em concursos públicos, anunciada recentemente pelo governo federal, Frances e Lotta enxergam aí uma boa oportunidade para a promoção da inovação no setor público por meio da contratação de carreiras de atuação transversal: “O Estado brasileiro ainda pensa ‘dentro da caixinha’ a partir da lógica de carreiras setoriais e especializadas, com baixa mobilidade intraestatal e, portanto, capacidade limitada de construir soluções intersetoriais e inovadoras”, avaliam. Há, porém, na percepção das autoras, boas experiências dentro do próprio governo federal que poderiam ser vistas, agora, como exemplos do que pode ser feito neste processo de recomposição do corpo de servidores – a própria carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais, que congrega os ATPS, entre elas.

“Ao longo dos últimos anos, a carreira foi a base de sustentação para a manutenção de vários programas sociais, tendo profissionais envolvidos em diversas políticas e programas essenciais como Bolsa Família, Cadastro Único, Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), Saúde na Escola, Saúde dos Povos Indígenas, Cisternas, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), bem como em temas transversais como direitos humanos, controle social, gênero e raça”, explicam.

Atualmente, são 755 ATPS em 11 ministérios, com maior número no Ministério da Saúde (47,5%) e no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (11,1%); contudo, há atuação relevante também nos ministérios recriados do Desenvolvimento Agrário (8,1%) e dos Direitos Humanos (5,7%) e, ainda, no monitoramento de pautas sociais na Casa Civil. Além disso, trata-se de uma carreira que nasceu com mais diversidade e representatividade – outro fator que contribui para a produção de políticas inovadoras: hoje, 69,4% dos ATPS têm entre 31 e 40 anos; 66% são mulheres; 24,6% são pardos; e 4,8% são pretos. “Ao mesmo tempo, os ATPS têm uma alta qualificação, com diversos especialistas, mestres e doutores. Um perfil interessante e que não se observa em outras carreiras que também se destacam na gestão pública federal e que consegue representar a diversidade da população brasileira”, apontam Frances e Lotta.

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