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Caso vinícolas: ANDEPS rechaça manifestações que relacionam o Bolsa Família à ausência de mão de obra

A Assistência Social está presente em todo o país e é responsável por conferir dignidade à maioria dos brasileiros e brasileiras de baixa renda. Mas é uma políticas pública que pode ser acionada por pessoas de qualquer classe social porque busca atender situações de vulnerabilidade, ou seja, deve atender de quem dela necessitar. O Bolsa Família é um programa de transferência condicionada de renda mundialmente reconhecido por sua qualidade e focalização. Além disso, também é responsável por dinamizar a economia de diversos municípios, em especial os menores e mais pobres.

Não existem evidências que comprovem que o recebimento do Bolsa Família impacte negativamente na busca de emprego por seus beneficiários. Pelo contrário, a PNAD contínua de 2019 já indicou que “a maioria das famílias de beneficiários do Bolsa Família trabalham ou estão disponíveis para trabalhar. Dos beneficiários do programa em idade ativa, 57% estavam empregados e 13% buscavam uma colocação. A maior parte da renda dessas famílias (70%) provém do trabalho.  Para 71% das famílias, o benefício representava menos de 25% da renda familiar”.

Relacionar a Assistência Social e programas de transferência de renda à ausência de mão de obra qualificada, em especial em contextos de resgate de pessoas submetidas a trabalho análogo ao escravo, não apenas não tem qualquer fundamento científico, como deixa claro que a importância e o papel das políticas sociais precisam ser reafirmados continuamente. Deste modo, a ANDEPS rechaça qualquer manifestação nesse sentido, que somente tem o objetivo de fomentar o preconceito contra pessoas pobres e vulneráveis. A aporofobia é um mal que precisa ser combatido!