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ATPS debate desigualdade racial no evento Sexta com Debate, do MDS

Com o tema A Cor da Desigualdade no Brasil, foi promovido mais uma edição do Sexta com Debate, um evento que busca propagar conhecimento e promover a reflexão, estudos técnicos e científicos de temas importantes para o MDS. Realizado na última sexta, 04/08, o evento foi organizado pela Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único (Sagicad) e pelo Departamento de Monitoramento e Avaliação do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

O encontro contou, como debatedoras, com a ATPS Késsia Oliveira da Silva, que é coordenadora-geral de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS) do MDS, e Tatiana Dias, diretora de Avaliação e Monitoramento do Ministério da Igualdade Racial (MIR).

“Nos últimos anos, verificaram-se, no âmbito da gestão federal do SUAS, esforços fragmentados e pontuais para evidenciar a pauta racial – muito vinculados às datas simbólicas para o movimento negro ou à incidência de organismos internacionais ou, ainda, às afinidades pessoais dos raríssimos gestores negros que chegaram a postos de decisão na gestão da política pública”, relata Késsia Oliveira da Silva.

“Atualmente, as discrepâncias socioeconômicas e o desequilíbrio em relação ao exercício da cidadania pela população negra são reconhecidos pelo Presidente Lula, que demanda ações públicas para a melhoria da qualidade da nossa vida”, complementa.

O coordenador do Núcleo de Estudos Raciais do Instituto de Ensino e Pesquisa (INSPER), Michael França, fez uma apresentação sobre os resultados da pesquisa do INSPER em torno da desigualdade de raça no Brasil em três áreas (educação, saúde e renda). O estudo buscou contribuir para o debate público, treinar novos pesquisadores e auxiliar no desenho de políticas públicas. “Além de ser um país com muitas pessoas pobres, grande parte dessas pessoas são pretas. É preciso construir políticas que acabem com esse ciclo vicioso”, ressaltou o coordenador.

“É urgente no SUAS a apropriação das informações disponíveis relativas à raça/etnia para a produção de conhecimento funcional no âmbito das gestões municipais e estaduais. Esse conhecimento repercutirá em letramento racial dos gestores e trabalhadores para um melhor atendimento à população – menos discriminatório e estigmatizante. Destaque para a necessidade de formalização e qualificação da função de vigilância socioassistencial, crucial para se conhecer quem mais precisa de assistência social e para conferir a esta o formato e a execução mais adequados, conforme as demandas dos territórios e das comunidades”, reforçou a ATPS Késsia Oliveira da Silva.

Saiba mais sobre o evento aqui.