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Governo prevê ampliação de carreiras transversais na Administração Pública federal

Reportagem divulgada pelo portal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, 7 de maio, destaca as perspectivas para a ampliação do número de carreiras transversais na Administração Pública federal e a expectativa do Governo Federal de que o segmento represente uma parcela maior do funcionalismo no futuro.
Ao falar da criação de duas carreiras – de analista técnico de desenvolvimento socioeconômico e a de analista técnico de justiça e defesa -, o veículo repercute o posicionamento da ANDEPS sobre o conflito de atribuições com a carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais.
À reportagem, Daniela Fortunato Rêgo, coordenadora de estudos, pesquisa e valorização da carreira da Andeps , afirma que aproximadamente 70% de analistas técnicos de politicas sociais hoje são mulheres, representatividade almejada pelo atual governo no CNU . Esse pode não ser o caso dos concursados das novas carreiras:
“Sabemos que, historicamente, cargos de áreas como economia, segurança pública e defesa são preenchidos por homens, e, também, historicamente, acabam ganhando mais. Isso já acontece atualmente quando você compara o nível salarial dos Analistas de Infraestrutura e das Analistas Técnicas de Políticas Sociais”, pondera a representante da ANDEPS.
Muito além do receio de um “sombreamento”, expressão utilizada pelo secretário de Gestão e Inovação do MGI, Roberto Pojo, ou de uma questão meramente corporativista, como a publicação pode fazer parecer, a criação das novas carreiras promove impactos significativos no setor público.
Vale lembrar que nota publicada pela ANDEPS ainda em janeiro de 2025 identifica, dentre outras fragilidades, que a medida “contraria as diretrizes estabelecidas pelo MGI de simplificação do conjunto de planos, carreiras e cargos”. Aponta, também, que “o caminho escolhido pelo MGI e o Governo Federal vai na contramão das diretrizes governamentais citadas: a inovação na gestão pública, especialmente na racionalização de recursos humanos e financeiros na gestão das carreiras federais”. Hoje há cerca de 500 ATPS na lista de cadastro reservas que poderiam ser convocados pra atuar nesses postos de trabalho.
A Associação manterá os diálogos na Câmara dos Deputados com vistas a buscar alterações ao texto do Projeto de Lei 1.466/2025, que cria as novas carreiras. A ANDEPS entende que apenas a nova carreira ligada à defesa deve ser mantida, uma vez que justiça e desenvolvimento socioeconômico são questões diretamente vinculadas à atuação da carreira de ATPS.