Carreira
Em livro do MIR, ATPS Camila Carneiro relata desafios de uma servidora negra
O Ministério da Igualdade Racial, em parceria com a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), lançou a publicação “Mulheres Negras no Serviço Público Federal”. O material conta com os relatos de 14 servidoras federais, incluindo a ATPS Camila Carneiro. Ela assina o capítulo “Reflexões sobre os desafios de uma mulher negra atuando na pauta de Povos e Comunidades Tradicionais na Administração Pública Federal.
No texto, a ATPS destaca as desigualdades de gênero e raça na ocupação de cargos de liderança e as consequências disso. “Não sem acaso, cargos de liderança e gestão do serviço público brasileiro são historicamente ocupados por homens brancos. E as políticas públicas, não raramente, formuladas segundo uma perspectiva hierarquizante de humanidade, a despeito de ser sabido que raça é uma construção social e que não há nenhuma diferença biológica que justifique a diferença entre pessoas. Há um processo institucionalizado, portanto, em que direitos consagrados na Constituição não são garantidos da mesma forma e extensão para todos”.
De acordo com o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos – SIAPE, dos 555 mil servidores federais, apenas 17% são mulheres negras. Elas se concentram nas áreas de saúde, educação e atendimento ao público.
A publicação se inspirou nas narrativas orais, que expressam hábitos e valores e são práticas de resistência e troca de conhecimentos, e convidou as servidoras públicas federais para compartilharem suas trajetórias, experiências e sonhos a partir de suas próprias perspectivas, enriquecendo nosso entendimento sobre as vivências no serviço público federal.
As autoras do livro participaram da turma 4.0 do Programa LideraGOV, composta por servidores e servidoras negras, com o objetivo de formar líderes inovadores e de alto impacto.
“Participar do LideraGOV – edição extraordinária e exclusiva para pessoas negras me proporcionou construir uma rede de lideranças negras com alta capacidade de gestão na Administração Pública Federal, me conectando a servidores e servidoras de diferentes órgãos e de diversos estados da federação comprometidos com a promoção da igualdade racial e com o enfrentamento do racismo estrutural e institucional”, afirma Camila Carneiro.